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CP analisa resultados de pesquisas sobre o Sistema e a metodologia BIM

Campo Grande, 04 jun 2022 às 16:40

Última atualização: 02/06/2022 às 18h56PartilharFacebookTwitterWhatsAppEmail

Brasília, 2 de junho de 2022.

No segundo dia da Reunião Ordinária do Colégio de Presidentes (CP) que acontece em Gramado (RS), as lideranças puderam conhecer os principais pontos da pesquisa que revela a percepção da sociedade, profissionais e formadores de opinião em relação ao Sistema Confea/Crea.

A partir desse levantamento qualitativo realizado pelo Instituto de Pesquisa Datafolha, em novembro e dezembro de 2021, o Sistema irá direcionar pautas e ações para aprimorar o planejamento estratégico e desenvolver novas campanhas institucionais, como sinalizou a presidente do Crea-MS e representante do CP no Conselho de Comunicação e Marketing (CCM). “Há pontos que merecem reflexão, por isso iremos compartilhar os resultados com todos os Creas”, informou a eng. agrim. Vânia de Mello.

Eng. agrim. Vânia de Mello, presidente do Crea-MS e representante do CP no Conselho de Comunicação e Marketing

Resultados
Para saber como a sociedade percebe o Sistema, foi definida uma amostra total com 10 grupos de discussão, com 6 a 8 participantes em cada grupo, de maneira virtual. Os participantes de ambos os sexos, classes A e B, acima de 25 anos, são das 5 regiões do país, nos seguintes estados: Manaus, Goiânia, Salvador, São Paulo e Porto Alegre, como detalhou Paulo Alves, representante do Datafolha.

A sociedade compreende que a principal atribuição do Crea seja fiscalizar obras, profissionais e regulamentar a profissão. No entanto, as pessoas entendem que o Crea também funciona como um sindicato para os profissionais, brigando pelo piso salarial da categoria, por exemplo. Como forma de melhoria, até para se aproximar da sociedade, os participantes sugerem mais divulgação das funções do Sistema e promoção de campanhas educativas, exaltando a relevância de se contratar profissional capacitado atuante na prevenção de acidentes.  

Profissionais
Questões sobre relevância das profissões, atribuições do Sistema, além de ações de comunicação institucional foram analisadas durante entrevistas em profundidade com 30 profissionais registrados representantes de todas as regiões geográficas.

Independentemente da formação e da área de atuação dos entrevistados, é consenso que as profissões são de extrema importância e contribuem para o desenvolvimento do Brasil. Na área de Engenharia, por exemplo, os participantes ressaltaram como os cálculos probabilísticos evitam grandes tragédias. No ramo da Agronomia, pontuaram que a evolução da profissão beneficia a produção e a capacidade de colheita de grãos. Para os entrevistados, as Geociências são pilar de base para o desenvolvimento nacional pela possibilidade de execução de mapas geológicos para fins de planejamento, projetos, construção e manutenção de obras.

Os registrados consideram que as profissões deles são valorizadas pela sociedade, mas ainda falta informação sobre a real relevância em se contratar profissionais qualificados. Ainda sobre divulgação, eles tiveram a oportunidade de avaliar dois filmes da campanha institucional “Contrate um engenheiro”. O vídeo sobre construção agradou ao público, principalmente pelo reforço de que uma obra bem feita deve ser conduzida por profissional devidamente capacitado, e com registro no Crea. Já o filme com o tema Agronomia foi caracterizado como propaganda que torna a área conhecida, mostrando a importância do profissional no campo para que as colheitas sejam mais eficientes e com produtos de qualidade. Além disso, alguns salientaram que o selo de garantia do Confea/Crea valoriza os profissionais do segmento.

Quanto às atribuições do Crea, os profissionais apontam que as fiscalizações devem ser proativas, abrangendo todas as modalidades e a verificação do piso salarial. Sugerem também a realização de treinamentos e parcerias com profissionais.

Os contatos com o Crea são feitos por telefone, site e pessoalmente, e as experiências são distintas, variando entre bom atendimento e rápida solução até identificação de informações desatualizadas. Porém, há uma tendência de melhora após a pandemia, considerando a adoção de serviços on-line. Verificou-se que WhatsApp e e-mail são os canais de comunicação preferidos dos profissionais para se informar sobre o Conselho.

Formadores de opinião
Também foram feitas 10 entrevistas em profundidade, com representantes das classes A e B, que incluíram formadores de opinião, como professor, representante de Crea Júnior, jornalista, representantes de associação e blogueiros nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.

Desse público, muitos acreditam que o Sistema deveria atuar com foco nos demais interesses profissionais, principalmente relacionados ao piso salarial. Houve recomendação ainda para ampliar a divulgação de normas técnicas e legislação, e para que haja interação com os jovens, destacando o papel das universidades e a importância do Crea Júnior. Os formadores de opinião sugestionaram a criação de banco de vagas para profissionais, bem como publicação anual de impacto para os profissionais com um panorama completo sobre a atuação das áreas no país.

Estratégia
Ouvir o público e saber ler os resultados da sondagem é a correta estratégia a ser adotada pelo Conselho, na avaliação da líder do Crea-RN, que já integrou o Conselho de Comunicação e Marketing. “Devemos estudar esses dados com muito cuidado porque eles dão um norte para a atual e as futuras gestões do Sistema”, recomendou a eng. civ. Ana Adalgisa, que teve a fala complementada pela dirigente do Crea-AL. “Estamos vivendo um momento de mudança e nós somos parte dele”, pontuou a eng. civ. Rosa Tenório.

Também reconhecendo a relevância da iniciativa, a diretora Administrativa da Mútua valorizou o compartilhamento dos dados sobre fatos concretos. “Avançamos, mas temos grandes desafios a enfrentar para romper as barreiras da corporação e dialogar com a sociedade”, analisou a eng. agr. Giucelia Figueiredo.

Nessa linha, o diretor de Planejamento e Gestão do Confea falou dos esforços para investir cada vez mais em marketing e, assim, atender ao público com mais qualidade. “Precisamos identificar os problemas da sociedade e ofertar a mão amiga do Conselho”, defendeu o conselheiro federal eng. eletric. Genilson Pavão.

Ao agradecer as contribuições das lideranças, o gerente de Comunicação do Confea explicou que esse foi um ponto de partida para aprimorar as ações institucionais. “A intenção é repetir a pesquisa em escala regional, provavelmente, para termos um retrato mais pontual do Sistema”, informou o jorn. Felipe Pasqualini.

Confira a cobertura fotográfica da reunião

Digitalização nas Engenharias
Ainda nesta quinta-feira (2/5) foram compartilhados com o Colégio de Presidentes os resultados preliminares da Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização nas Engenharias no âmbito da Indústria da Construção. A iniciativa conjunta do Sistema Confea/Crea e Mútua, do BIM Fórum Brasil e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) foi lançada em 6 de abril com a meta de traçar diagnóstico sobre o grau de utilização do BIM (da sigla em inglês para Building Information Modelling).

Dos mais de 5 mil participantes de todos os estados brasileiros, apenas 11,2% dos participantes não ouviram falar em BIM antes da pesquisa. Dos que conhecem a ferramenta de gestão tecnológica, 70% têm visão positiva sobre a metodologia. Já na sondagem sobre digitalização na indústria da construção, 95% dos entrevistados relataram buscar e consumir informações, enquanto 99% demonstraram necessidade por capacitação e treinamento.

Segundo a líder da pesquisa Laura Lacaze, o levantamento é mais abrangente e renderá futuros debates. “Teremos mais informações para entender o contexto e poder estruturar de modo mais assertivo políticas públicas voltadas para transformação digital na área da construção civil”, comentou a especialista.

Fernanda Pimentel e Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Marck Castro/Confea